Mateus Marley Machado, o alegado homicida de Manuel Gonçalves, conhecido como “Manu”, deveria já ter sido expulso de Portugal. Tinha uma condenação criminal grave nos Estados Unidos, onde integrou um grupo de assaltantes armados e cumpriu dois anos e três meses de prisão efetiva. Mesmo assim, conseguiu permanecer em solo português tempo suficiente para tirar a vida a um jovem de 18 anos, à facada, à porta do Bar Académico, em Braga.
Como é possível que alguém com este passado, já deportado dos EUA, estivesse a viver tranquilamente em Portugal, à espera de uma autorização de residência? A Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA) já tinha rejeitado o seu pedido com base em indícios claros de perigo — mas a ordem de expulsão só estava prestes a ser formalizada… três dias após o crime.
Demasiado tarde. O mal já estava feito.
Segundo fontes policiais, Mateus Machado, de 27 anos, estava em Portugal ao abrigo do chamado regime de “manifestação de interesse”. Uma brecha no sistema que permitiu que alguém com cadastro internacional circulasse livremente, chegando mesmo a viver em Gaia com uma namorada menor, de 17 anos.
A PJ conseguiu detê-lo no último momento, já na zona de Castelo Branco, onde se preparava para fugir do país. A operação foi conduzida pela unidade de Braga e contou com o apoio de outras forças policiais. Tarde demais para “Manu”, um estudante finalista da Escola Secundária Dona Maria II, querido por muitos e bem conhecido na cidade, filho dos antigos proprietários do café Mar e Sol, em Lamaçães.
Em comunicado, a PJ explicou que os grupos envolvidos foram inicialmente expulsos do bar após uma discussão verbal, mas os confrontos continuaram no exterior, terminando de forma brutal: Mateus Marley Machado usou uma faca e tirou a vida a um jovem com o futuro pela frente.
A pergunta que fica é: como foi possível chegar a este ponto